ASSINATURA DIGITAL NÃO BASTA: Confiança probatória Exige Método, Contexto e Garantia de Imutabilidade.

Cada vez mais ouve-se que a presença de uma assinatura digital ICP-Brasil é o que garante a validade e confiabilidade da prova digital. No entanto, falas como essa refletem uma falsa segurança, já que a presença da assinatura digital da prova não é, tecnicamente, suficiente para este fim. 

 

A assinatura qualificada (como a emitida no padrão ICP-Brasil) garante elementos importantes, como autenticidade (quem assinou) e integridade do conteúdo (que foi assinado), mas não resolve, sozinha, todas as exigências para a coleta e preservação adequada de provas digitais.

 

A confiança da prova não está em um elemento isolado

 

Uma prova digital válida exige mais do que um arquivo assinado. Ela precisa apresentar:

 

  • Origem identificável e controlada

  • Contexto temporal validado (timestamp confiável)

  • Impossibilidade de manipulação futura (imutabilidade)

  • Preservação da cadeia de custódia

  • Metadados que comprovem como e onde a informação foi capturada

A assinatura digital ICP, por mais interessante que seja, não preserva o ambiente da coleta e não garante o registro de metadados importantes para a análise da prova.

 

Por exemplo, imagine o print de uma conversa que foi assinado via certificado ICP-Brasil. O que a assinatura garante nesse caso?

 

1- Autoria do documento

 

2- Que o conteúdo não será manipulado a partir daquele momento.

 

Mas:

 

1- Não garante que o print não foi editado antes de ser enviado para assinatura.

2- Não indica quando, como, que modo, e qual o ambiente (local, IP, navegador, dispositivo) em que o conteúdo foi capturado.

 

Ou seja, a assinatura cumpre parte da função probatória, mas não é suficiente para demonstrar a cadeia de custódia ou garantir plena confiabilidade técnica e jurídica.

 

Prova digital confiável é construída por um conjunto de elementos

 

A validade técnica e jurídica de uma prova digital depende da demonstração do procedimento adotado durante sua coleta, para que, assim, seja possível garantir o respeito à cadeia de custódia, que compreende passos percorridos até a apresentação do fato coletado em juízo. Os elementos essenciais incluem:

  • Método forense de coleta que evite a manipulação humana e assegure rastreabilidade do conteúdo;

  • Registro de metadados técnicos: identificação do responsável pela coleta, data e hora (timestamp), IP de origem, URL de coleta, WHOIS, sistema operacional, ambiente do navegador e outras informações que permitirão a análise do contexto do fato coletado;

  • Geração de hash para garantir integridade com alto padrão de segurança aceito por tribunais e ferramentas de perícia. Dentre as diversas formas de hash, o padrão SHA-256 é destacado como um dos mais seguros.

  • Registro de imutabilidade: adiciona camada de segurança à prova, imutabilidade, com ancoragem temporal e verificação por terceiros.

  • Documentação que permita conferir as informações coletadas: essencial para comprovar o processo de obtenção da prova.

O padrão de assinatura ICP-Brasil, assim como o registro em em blockchain pública, se refere justamente ao registro de imutabilidade do documento. Não é um ou outro que dá a garantia de que o conteúdo digital capturado não foi adulterado, como tenta-se fazer acreditar em diversas circunstâncias.

 

O registro de imutabilidade, no contexto da prova digital, tem a função de garantir ao juiz, ou à pessoa que analisa a prova, que aquele conteúdo não poderá ser manipulado a partir de determinado momento, mas é preciso ter elementos que permitirão a análise do método utilizado durante a captura do fato, sob pena de se ter uma prova inservível.

 

Em outras palavras, é preciso apresentar todo o caminho percorrido no momento da captura do fato digital e garantir que, após a coleta o seu conteúdo não será adulterado. Ponto este que, tanto o registro em blockchain quanto a assinatura digital garantem, cada qual com suas especificidades e qualidades técnicas.

 

A DataCertify exerce um importante papel nesse cenário. 

 

A DataCertify foi desenvolvida justamente para suprir as lacunas da produção de provas digitais com rigor técnico e respaldo jurídico. Nossa ferramenta:

 

  • Coleta informações, reduzindo risco de manipulação humana;

  • Identifica e preserva metadados técnicos e forenses;

  • Aplica hash SHA-256 para garantir integridade ao conteúdo capturado;

  • Realiza registros públicos em blockchain para garantir a imutabilidade do conteúdo;

  • Permite a exportação dos dados capturados para um arquivo em PDF que documenta o processo de coleta, preservação e registro, respeitando os requisitos legais e doutrinários da cadeia de custódia.


Tanto o registro em blockchain quanto a assinatura via ICP-Brasil são formas de garantir imutabilidade a uma informação, porém, sozinhos,  não são suficientes para garantir segurança e confiança, requisitos basilares da prova em nosso sistema jurídico, à um fato digital em juízo. O uso de ferramentas como a DataCertify, quando se trata de prova de fato digital, é essencial para a efetividade da prova. 



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